A implementação do SIGESTur na região do Alto Tâmega e Barroso representa uma oportunidade estratégica para alavancar o potencial turístico local e promover o desenvolvimento sustentável de seus territórios. Esta região, rica em patrimônios naturais, históricos e culturais, insere-se em um contexto de baixa densidade populacional que, embora desafiante, oferece um espaço fértil para a inovação e o fortalecimento de práticas de gestão colaborativas.
Com base nas diretrizes do projeto, o SIGESTur tem o potencial de se tornar um catalisador para a capacitação dos operadores turísticos, o desenvolvimento de novos produtos e serviços, e o incremento da competitividade regional.
Um dos aspectos centrais do SIGESTur é a sua capacidade de integrar os diversos stakeholders da região, promovendo a cooperação entre os operadores turísticos, entidades públicas e privadas, e as comunidades locais. O turismo, enquanto setor estratégico para o Alto Tâmega e Barroso, exige uma abordagem coordenada que valorize os recursos endógenos, como a gastronomia, os vinhos, as paisagens naturais e os patrimônios culturais únicos de cidades como Chaves, Montalegre e Boticas.
O SIGESTur pode oferecer uma plataforma estruturada para que esses atores compartilhem informações, planejem iniciativas conjuntas e otimizem recursos, fomentando o desenvolvimento de um turismo mais inteligente e sustentável.
A região do Alto Tâmega possui um forte apelo rural e cultural que deve ser explorado de forma responsável, assegurando que o crescimento turístico beneficie diretamente as populações locais. Por meio do SIGESTur, será possível monitorar os impactos ambientais, sociais e econômicos das atividades turísticas, implementando ações corretivas quando necessário e garantindo que o turismo seja um vetor de desenvolvimento equilibrado.
O SIGESTur pode, também, desempenhar um papel vital no estímulo à inovação e à criação de novos produtos turísticos que valorizem os recursos locais. A gastronomia regional, como o vinho dos mortos de Boticas, o presunto de Chaves ou o cozido à barrosã, pode ser integrada a experiências autênticas que conectem o visitante à identidade do território.
Da mesma forma, o turismo de aventura e natureza, impulsionado por atrações como o Pena Aventura Park em Ribeira de Pena ou o Parque Nacional da Peneda-Gerês, pode ser potencializado com a criação de roteiros temáticos e a adoção de tecnologias inovadoras, como aplicativos para trilhas ou realidade aumentada. Essa diversificação de produtos ajudará a atrair diferentes perfis de turistas e prolongar a estadia média na região, aumentando o impacto econômico do setor.
A realização de um grande Fórum internacional, conforme previsto no projeto, será uma oportunidade ímpar para posicionar o Alto Tâmega e Barroso como referência em turismo sustentável e inovador. Esse evento poderá reunir especialistas, investidores e operadores turísticos, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e boas práticas.
O SIGESTur poderá desempenhar um papel central na organização do Fórum, utilizando os resultados já alcançados para demonstrar as potencialidades da região e atrair novos parceiros e investimentos. Além disso, o evento poderá servir como um palco para divulgar os produtos e serviços desenvolvidos pelos operadores locais, ampliando sua visibilidade no mercado global.
Ao priorizar recursos endógenos e estimular a criação de redes colaborativas, o SIGESTur promoverá um crescimento inclusivo e sustentável, alinhado aos objetivos de coesão territorial e combate à desertificação. O foco no fortalecimento das Pequenas e Médias Empresas (PME) será fundamental para aumentar a competitividade regional e gerar valor econômico e social.
A operação proposta, alinhada com o Aviso NORTE-28-2018-04, tem como objetivo principal a valorização do Alto Tâmega enquanto destino turístico, utilizando seus recursos endógenos diferenciadores como pilares para consolidar uma oferta competitiva, integrada e sustentável.
O SIGESTur, enquanto ferramenta estratégica para a gestão turística, tem total capacidade de contribuir para o sucesso dessa iniciativa, sendo um motor essencial para a estruturação, promoção e monitorização do turismo na região. Com base nos objetivos e ações descritos, é possível argumentar que a implementação do SIGESTur será um passo determinante para potencializar os resultados da operação e assegurar a continuidade e eficácia do trabalho realizado.
A primeira ação, voltada para a elaboração do Plano Estratégico de Turismo do Alto Tâmega, exige uma análise aprofundada dos recursos endógenos da região, bem como a identificação e hierarquização de produtos turísticos. Nesse sentido, o SIGESTur pode fornecer as ferramentas necessárias para mapear e categorizar o potencial turístico local, integrando informações sobre recursos naturais, culturais e históricos em uma base de dados digital acessível a gestores e operadores turísticos.
Por meio de sua plataforma de gestão, o SIGESTur facilitaria a priorização de produtos turísticos de maior relevância e competitividade, como os ligados ao termalismo em Chaves, o turismo de natureza no Parque Nacional da Peneda-Gerês ou o turismo gastronômico associado aos vinhos e pratos regionais. Além disso, a capacidade analítica do SIGESTur pode apoiar a definição de diretrizes estratégicas, identificando tendências de mercado e ajustando o plano às necessidades dos públicos-alvo.
A segunda ação, que contempla a elaboração da Estratégia de Comunicação e Place Branding, beneficia-se diretamente das funcionalidades do SIGESTur, especialmente na organização de dados e na segmentação de mercados. A criação de uma marca territorial forte exige uma narrativa coerente que destaque a autenticidade e singularidade do Alto Tâmega, e o SIGESTur pode servir como base para consolidar essa identidade.
Com um levantamento detalhado e sistemático de dados e informações, o SIGESTur auxilia na definição de canais de comunicação eficazes e no desenvolvimento de campanhas direcionadas, assegurando que as mensagens cheguem ao público certo. Além disso, a integração de dados sobre preferências dos turistas e avaliações de experiências permite ajustar as estratégias de branding em tempo real, garantindo maior impacto e retorno sobre o investimento.
A terceira ação, voltada para o desenvolvimento de ferramentas e conteúdos promocionais, pode ser substancialmente aprimorada com o suporte do SIGESTur. A criação de materiais promocionais, como vídeos, fotografias e guias interativos, pode ser orientada por dados gerados pelo sistema, garantindo que esses conteúdos reflitam os produtos turísticos mais procurados e com maior potencial de mercado.
Destaca-se que o SIGESTur pode atuar como um repositório centralizado para esses materiais, facilitando o acesso por operadores turísticos e entidades públicas e promovendo uma divulgação integrada e coordenada do território. A criação de roteiros digitais, aplicativos interativos e mapas temáticos são apenas algumas das possibilidades que o SIGESTur pode viabilizar, alinhando-se à crescente digitalização do turismo e às expectativas de turistas conectados.
Na quarta ação, que abrange as iniciativas de promoção e divulgação, o SIGESTur se destaca como um aliado indispensável para planejar e executar eventos, campanhas e participações em feiras nacionais e internacionais. A plataforma pode fornecer insights valiosos sobre os mercados-alvo prioritários, ajudando a selecionar os eventos mais relevantes e adequados para a promoção do Alto Tâmega. Além disso, o SIGESTur pode ser usado para monitorar o impacto dessas ações, medindo indicadores de desempenho, como alcance de campanhas, número de visitantes atraídos e retorno financeiro gerado. Essa capacidade de mensuração permite ajustar continuamente as estratégias de promoção, maximizando os resultados e garantindo que os recursos sejam investidos de forma eficiente.
Um dos grandes diferenciais do SIGESTur em relação à metodologia apresentada na operação é a sua capacidade de garantir a continuidade e sustentabilidade das ações desenvolvidas. Embora as quatro ações descritas sejam módulos independentes, a implementação do SIGESTur cria uma estrutura integrada e permanente que facilita a execução das ações a longo prazo.
A centralização de informações, a automação de processos e a capacidade de gerar relatórios detalhados fazem do SIGESTur uma ferramenta que transcende a fase inicial do projeto, assegurando que os benefícios se prolonguem e se adaptem às mudanças do mercado e das prioridades regionais.
Outro ponto crucial é a contribuição do SIGESTur para o fortalecimento da governança turística na região. A operação proposta exige a articulação entre diversos stakeholders, como municípios, empresas privadas e associações locais, o que demanda uma estrutura de gestão eficiente.
O SIGESTur pode atuar como uma plataforma colaborativa, permitindo que todos os atores envolvidos no turismo do Alto Tâmega trabalhem de forma integrada, compartilhem informações e alinhem suas iniciativas. Essa abordagem colaborativa é essencial para evitar esforços duplicados, otimizar recursos e garantir que o turismo seja um vetor de desenvolvimento equitativo e sustentável para toda a região.
Em conclusão, o SIGESTur é uma ferramenta fundamental para o sucesso da operação de valorização do Alto Tâmega enquanto destino turístico. Sua capacidade de integrar informações, otimizar processos e promover a colaboração entre stakeholders posiciona-o como um recurso indispensável para alcançar os objetivos estratégicos delineados.
A implementação do Observatório do Alto Tâmega e Barroso, através da Infraestrutura de Dados Espaciais do Alto Tâmega (IDE-AT), configura-se como um marco estratégico para a gestão integrada do território e uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento sustentável do turismo regional.
A IDE-AT, ao oferecer uma plataforma de partilha e gestão de informações em rede, é uma iniciativa fundamental para a modernização da governança regional, fomentando a colaboração entre diferentes atores e otimizando a utilização dos recursos endógenos do território. Nesse contexto, o SIGESTur, enquanto sistema de gestão turística, tem o potencial de atuar em sinergia com o Observatório, ampliando significativamente os impactos positivos do projeto.
O principal objetivo do Observatório é criar uma base de dados aberta e interoperável que atenda às necessidades de uma ampla gama de utilizadores, incluindo municípios, empresas, associações e o público em geral. Essa visão de gestão baseada em dados é perfeitamente alinhada com o propósito do SIGESTur, que utiliza informações detalhadas para planejar, monitorizar e promover o turismo de forma inteligente.
A integração do SIGESTur na IDE-AT permitirá agregar dados específicos sobre o turismo regional, como fluxos de visitantes, preferências de consumo, ocupação de alojamentos e avaliações de serviços, enriquecendo ainda mais a infraestrutura e fornecendo subsídios para decisões mais assertivas.
A política de dados abertos e a interoperabilidade da IDE-AT, baseada na Diretiva INSPIRE e nos padrões OGC, representa um avanço significativo para o turismo do Alto Tâmega e Barroso. Esses princípios facilitam o acesso a dados e a integração de sistemas, permitindo que o SIGESTur opere de forma mais eficiente e colaborativa. Outro ponto de destaque é o potencial do Observatório em promover a inovação e a competitividade regional.
A capacidade do SIGESTur de medir indicadores de desempenho, como pegada ecológica, impactos sociais e retorno econômico, será ampliada pela infraestrutura do Observatório, que fornecerá informações integradas de diferentes áreas do território.
A flexibilidade da IDE-AT, que se adapta às necessidades de diferentes utilizadores, também reforça a sua complementaridade com o SIGESTur. Enquanto o Observatório oferece uma visão ampla e integrada sobre o território, o SIGESTur pode atuar como uma ferramenta específica para o setor do turismo, extraindo e processando os dados relevantes para a promoção, planeamento e gestão de atividades turísticas. Essa complementaridade permite que ambos os sistemas se retroalimentem, otimizando os resultados e garantindo que as decisões sejam tomadas com base em informações precisas e atualizadas.
Em termos de benefícios práticos para os munícipes, a integração do SIGESTur ao Observatório também se traduz em maior transparência e participação cidadã. A política de dados abertos da IDE-AT permitirá que a população acesse informações sobre o turismo local, fortalecendo a confiança nas políticas públicas e estimulando a colaboração. O SIGESTur pode disponibilizar dados sobre eventos, atrações e serviços turísticos diretamente aos cidadãos, promovendo uma maior interação entre os residentes e o setor turístico.
Por fim, o Observatório do Alto Tâmega e Barroso, por meio da IDE-AT, cria as condições necessárias para a implementação de um modelo de gestão turística mais inovador, sustentável e inclusivo. Ao integrar-se ao SIGESTur, essa iniciativa ganha ainda mais relevância, ampliando seu impacto e criando um ecossistema de dados que beneficia gestores, empresas e comunidades.
A sinergia entre essas ferramentas assegurará que o turismo na região seja promovido de forma inteligente, equilibrando a valorização dos recursos locais com o crescimento econômico e a preservação ambiental.
Um forte abraço!
Sucesso sempre,
Aristides Faria